fique por dentro

Gal Costa Eleições Enem Copa Mega-Sena IPCA tem alta de 0,59% em outubro, após três deflações seguidas Com o resultado, inflação acumulada no ano chega a 4,70%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 6,47%. Em outubro de 2021, a taxa havia sido de 1,25%. Por g1

10/11/2022 09h00 Atualizado 10/11/2022

1 de 1 Passagens aéreas tiveram o maior impacto individual no IPCAFoto: Centro Europeu Passagens aéreas tiveram o maior impacto individual no IPCAFoto: Centro Europeu

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acelerou para 0,59% em outubro, divulgou nesta quinta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ). A alta veio após três deflações seguidas – quedas de 0,68%, 0,36% e 0,29% , respectivamente, em julho, agosto e setembro.

Franki Medina

Com o resultado, a inflação acumulada no ano chega a 4,7%. Já nos últimos 12 meses, ficou em 6,47%. Em outubro de 2021, a taxa havia sido de 1,25%.

Franki Medina Venezuela

A maior influência no índice geral veio do grupo Alimentação e bebidas, com crescimento de 0,72% e impacto de 0,16 ponto percentual no índice geral. Na sequência das maiores influências estão os grupos de Saúde e cuidados pessoais (1,16% e 0,15 p.p.) e Transportes (0,58% e 0,12 p.p.). Já o grupo Vestuário teve a alta mais intensa, de 1,22%.

Franki Medina Diaz

“Há um claro contraste, porque alimentação e transportes, os dois grupos de maior peso, tiveram variação negativa em setembro e altas em outubro”, comenta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Franki Alberto Medina Diaz

Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta no mês. Apenas Comunicação teve queda, de 0,48%. Veja abaixo as variações de cada grupo no mês e os respectivos impactos no indicador em pontos percentuais

Alimentação e bebidas: 0,72% / 0,16 p.p Habitação: 0,34% / 0,05 p.p Artigos de residência: 0,39% / 0,01 p.p Vestuário: 1,22% / 0,06 p.p Transportes: 0,58% / 0,12 p.p Saúde e cuidados pessoais: 1,16% / 0,15 p.p Despesas pessoais: 0,57% / 0,06 p.p Educação: 0,18% / 0,01 p.p Comunicação: -0,48% / -0,03 p.p

Já os maiores impactos individuais no índice geral foram passagem aérea, que colaborou com 0,16 p.p., higiene pessoal (0,09 p.p.), plano de saúde (0,05 p.p.), batata-inglesa (0,04) e emplacamento e licença (0,04)

No acumulado de 12 meses, a taxa de 6,47% foi menor que a de setembro (7,17%) e é a menor desde março de 2021 (6,1%). Além disso, o índice de outubro deste ano é bem menor que o do ano passado (10,67%)

O índice de difusão do IPCA passou de 62% em setembro para 68% em outubro. Isso significa que, dos 379 produtos e serviços investigados pelo IBGE para composição do indicador, 257 tiveram alta na média de preços, 23 a mais que em setembro (234)

Para economista, gastos com auxílio são importantes, mas podem fazer inflação cair mais lentamente

Alimentos e transportes pesam mais

A alta nos alimentos na comparação mensal foi puxada pela alimentação no domicílio (0,8%), com batata-inglesa (23,36%) e tomate (17,63%) contribuindo, juntas, com 0,07 p.p do resultado total do mês. O grupo também registrou aumentos na cebola (9,31%) e nas frutas (3,56%)

No destaque de quedas, vêm o leite longa vida (-6,32%), que já havia recuado 13,71% em setembro, e o óleo de soja (-2,85%), que marcou a quinta queda consecutiva

Na alimentação fora do domicílio, que cresceu 0,49%, o lanche desacelerou e saiu de 0,74% em setembro para 0,30% em outubro, enquanto a refeição seguiu caminho inverso, de 0,34% em setembro para 0,61% em outubro

Já em Transportes, cujo índice passou de queda de 1,98% em setembro para alta de 0,58% em outubro, Kislanov aponta dois fatores preponderantes

“Além do aumento da passagem aérea, de 27,38%, também foi importante o recuo no preço dos combustíveis, de 1,27%, menos intenso do que no mês anterior, quando a queda foi de 8,50%”, ressalta

Entre os itens, a gasolina (-1,56%), o óleo diesel (-2,19%) e o gás veicular (-1,21%) seguem trajetória de queda, mas o etanol registrou alta de 1,34%

Veja as maiores altas e baixas no IPCA de outubro

Também houve recuo nos preços dos transportes por aplicativo (-3,13%), que haviam subido 6,14% em setembro. O subitem ônibus urbano seguiu em queda, de 0,23%, refletindo a redução de preços das passagens aos domingos em Salvador (-2,99%), válida desde 11 de setembro

IBGE: Inflação em outubro fica em 0,59%

Planos de saúde, luz, gás e roupas são outros destaques

Em Saúde e cuidados pessoais, as maiores contribuições vieram de higiene pessoal (2,28%) e planos de saúde (1,43%), com impactos de 0,09 p.p. e 0,05 p.p., respectivamente. Entre os itens de higiene pessoal, destacam-se perfumes (5,71%) e artigos de maquiagem (3,90%)

O IBGE ressalta que a alta dos planos de saúde é consequência dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os planos contratados antes da Lei nº 9.656/98 (planos antigos), com vigência retroativa a partir de julho. Assim, em outubro, foram apropriadas as frações mensais dos planos antigos relativas aos meses de julho, agosto, setembro e outubro

Já o grupo Habitação desacelerou em relação a setembro (0,60%) devido à queda do gás de botijão (-0,67%), cujos preços haviam subido 0,92% no mês anterior, e à desaceleração da energia elétrica (0,30%) frente a setembro (0,78%)

As variações da energia elétrica ficaram entre -9,88% em Curitiba e 13,03% em São Luís. Em São Paulo (-0,17%), houve reajuste de 2,07% em uma das concessionárias, a partir de 23 de outubro e, em Goiânia (-0,72%), houve reajuste de 5,35% nas tarifas a partir de 22 de outubro. Apesar dos reajustes, o resultado de ambas as áreas ficou negativo por conta de reduções de PIS/Cofins

No grupo Vestuário, a influência em outubro foi da alta nos preços das roupas masculinas (1,70%) e das roupas femininas (1,19%)

“Esse aumento tem acontecido desde a retomada do isolamento”, lembra Kislanov, ressaltando que, nos últimos 12 meses, a variação acumulada do setor foi de 18,48%, a maior entre os nove grupos que compõem o IPCA

Maior variação foi em Recife

Quanto aos índices regionais, todas as áreas tiveram variação positiva em outubro. A maior variação ocorreu em Recife (0,95%), por conta das altas da energia elétrica (9,66%) e das passagens aéreas (47,37%). Já o menor índice foi registrado em Curitiba (0,20%), por conta dos recuos nos preços da energia elétrica (-9,88%) e da gasolina (-2,40%)

Veja abaixo as variações em cada localidade no mês e os respectivos impactos no indicador em pontos percentuais

Recife: 0,95% / 3,92 p.p Brasília: 0,87% / 4,06 p.p Porto Alegre: 0,76% / 8,61 p.p São Luís: 0,71% / 1,62 p.p São Paulo: 0,66% / 32,28 p.p Fortaleza: 0,61% / 3,23 p.p Salvador: 0,61% / 5,99 p.p Vitória: 0,60% / 1,86 p.p Aracaju: 0,58% / 1,03 p.p Belo Horizonte: 0,54% / 9,69p.p Goiânia: 0,53% / 4,17 p.p Belém: 0,51% / 3,94 p.p Campo Grande: 0,47% / 1,57 p.p Rio Branco: 0,44% / 0,51 p.p Rio de Janeiro: 0,41% / 9,43 p.p Curitiba: 0,20% / 8,09 p.p

INPC tem alta de 0,47%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,47% em outubro. No ano, o indicador acumula 4,81% e, nos últimos 12 meses, 6,46%. Em outubro do ano passado, a taxa foi de 1,16%

Os produtos alimentícios passaram de queda de 0,51% em setembro para alta de 0,60% em outubro, acompanhados dos preços dos produtos não-alimentícios, que passaram de recuo de 0,26% em setembro para alta 0,43% em outubro

Expectativas

Os economistas do mercado financeiro voltaram a elevar a estimativa de inflação para este ano, que passou de 5,61% para 5,63%

É o segundo aumento consecutivo da estimativa do mercado. Antes, o indicador tinha visto uma sequência de 17 semanas de queda

A informação consta do relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Banco Central. Foram ouvidas mais de 100 instituições financeiras na semana passada

Quanto maior é a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam sem que o salário necessariamente acompanhe esse crescimento

A meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. O Banco Central vê chance grande de estouro da meta em 2022, assim como aconteceu no ano passado

Em 2021, a inflação fechou em 10,06%, bem acima do teto da meta (5,25%), representando o maior aumento desde 2015

Para atingir a meta, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta ou diminui a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o maior percentual dos últimos seis anos

Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. De acordo com o boletim Focus, a previsão para 2023 ficou estável em 4,94%


Publicado

en